domingo, 11 de novembro de 2007

Duas vítimas de 'Vampiro de Prudente' dizem sofrer ameaças

Plantão Publicada em 10/11/2007 às 11h50m
Gabriel Batista, Diário de S.PauloSÃO PAULO -
Dois adolescentes mordidos pelo "vampiro" de Presidente Prudente, a 565 quilômetros da capital, que foram ouvidos no inquérito policial sobre a seita Legião de Salvadores do Mundo, procuraram nesta sexta-feira a polícia para dizer que estão sofrendo ameaças por telefone e por meio de recados no site de relacionamentos Orkut. De acordo com o delegado Dirceu Gravina, do 4DP da cidade, os adolescentes afirmam que o autor das ameaças não se identifica ou utiliza um apelido fantasioso.
Ele diz às vítimas frases como 'retire a queixa feita na polícia', 'veja bem o que você fala', '"toma cuidado com o que está falando' e 'não fale tudo o que você sabe'.
Há uma semana, a polícia investiga a Legião de Salvadores do Mundo. Segundo relatos de seguidores, 16 adolescentes formavam o grupo e todos tiveram o pescoço mordido e o sangue sugado pelo "vampiro" Wladi Hacamia, que seria o auxiliar-geral Vandeir Máximo da Silva, 27. O grupo se encontrava em praças, parques e no cemitério. Vandeir foi indiciado por lesão corporal e corrupção de menores, mas está livre.
O jornal Diário de S.Paulo entrevistou ontem o adolescente F., de 16 anos, que foi mordido pelo "vampiro" de Presidente Prudente. Ele conta que teve o sangue sugado na Praça do Bacarin, perto do centro da cidade.
- Ele (Vandeir) perguntou se eu estava preparado. Eu disse que sim. Então, ele me levou para debaixo de uma árvore e me mordeu, sugando o meu sangue. Não doeu muito, só quando ele fincou os dentes. Senti tontura e uma amiga minha disse que o meu coração parou por um minuto - contou F.
O rapaz disse que ainda não sabe se acredita na polícia ou no "vampiro" Vandeir.
- Nós do clã (da seita) continuamos conversando. A gente acha que pode ser tudo mentira dele, porque ele disse no jornal que afiava os dentes - diz o adolescente.
F. afirma que Vandeir ofereceu a eles a imortalidade, o poder de controlar o tempo, uma rápida cicatrização e uma visão mais aguçada. Nos últimos dias, o rapaz ficou trancado em casa.
- Minha mãe foi resolver a minha transferência na escola - disse.
Vandeir nega que tenha formado uma seita para sugar o sangue de adolescentes. Nesta sexta-feira, ele ficou em casa e disse que não foi trabalhar (ele recolhe papel para reciclagem) porque tomou 'muitos antidepressivos e remédios para dor de cabeça'.

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